Quando se pensa em unidades de terapia intensiva (UTI), a imagem que surge é a de um ambiente onde a urgência e a precisão são cruciais.
Saber como funciona o sistema de admissão nesses locais é essencial, especialmente para aqueles que se preparam para carreiras em medicina, visto que enfrentarão situações onde a tomada rápida e acertada de decisões será fundamental.
O que você vai ler neste artigo
Admissão na UTI: entendendo a prioridade
A admissão na UTI deve ser criteriosa e bem fundamentada para garantir que os recursos disponíveis atendam aqueles que mais necessitam. No Brasil, a prioridade de admissão é guiada pelo Sistema de Classificação de Pacientes (SCP). Este sistema é utilizado para avaliar a urgência do estado clínico do paciente, determinando assim quem recebe atendimento prioritário.
Critérios utilizados no SCP
O SCP avalia múltiplos fatores para determinar a gravidade do quadro clínico:
- Gravidade da doença: Pacientes com doenças crônicas ou instabilidade em algum sistema orgânico.
- Necessidade de intervenções médicas imediatas: Aqueles que necessitam de ações rápidas para evitar o agravamento.
- Risco de mortalidade: A probabilidade de o paciente não sobreviver se não receber cuidados intensivos.
- Disponibilidade de leitos: A quantidade de leitos disponíveis na UTI pode influenciar a decisão de admissão.
Pacientes que apresentam quadros clínicos severos e necessitam de tratamento imediato têm prioridade na admissão. No entanto, em situações de sobrecarga, é necessário adotar critérios mais rígidos, garantindo que aqueles com maior necessidade de suporte sejam atendidos.
Patologias prioritárias
Certas condições médicas demandam atenção especial na admissão a uma UTI:
- Respiratórias: Necessidade de ventilação mecânica ou risco de falência respiratória.
- Cardiovasculares: Pacientes pós-ressuscitação cardiopulmonar ou com insuficiência cardíaca descompensada.
- Neurológicas: Convulsões, traumatismo craniano, entre outras.
- Onco/hematológicas: Pacientes com câncer ou doenças do sangue em estado crítico.
- Endócrinas ou metabólicas: Desordens graves que afetam o metabolismo.
- Gastrointestinais instáveis e renais: Condições que comprometam seriamente esses sistemas.
Além das patologias mencionadas, acidentes elétricos, queimaduras ou casos de hipotermia também são levados em consideração.
Padronizando a prioridade
Para garantir uma gestão eficiente, o Ministério da Saúde instituiu a Portaria 895/2017, que descreve os critérios de admissão na UTI, categorizando-os em níveis de prioridade:
- Prioridade 1: Pacientes que necessitam de suporte intensivo e possuem alta probabilidade de recuperação.
- Prioridade 3: Pacientes com baixa probabilidade de recuperação.
- Prioridade 5: Pacientes em estágio final de vida, onde os cuidados são voltados ao conforto.
Perguntas cruciais para determinar a admissão
Para uma tomada de decisão ágil e objetiva, algumas perguntas são essenciais:
- O paciente está em condição grave?
- Necessita de intervenções de suporte de vida?
- Requer monitorização intensiva?
- A probabilidade de recuperação é alta?
- Existe limitação terapêutica por parte do paciente?
- O hospital possui limitações terapêuticas?
- O estado da doença é avançado e irreversível, com prognóstico de morte inevitável?
Responder a essas questões direciona os profissionais na condução adequada das admissões, garantindo uma utilização racional e ética dos recursos disponíveis.
Conclusão
Entender a dinâmica de admissão na UTI é fundamental para os estudantes e profissionais da área médica. A correta triagem e alocação de recursos podem ser determinantes para a sobrevivência e recuperação de pacientes em condições críticas.
Com base em critérios bem estabelecidos, como os do SCP e as diretrizes da Portaria 895/2017, é possível gerir eficientemente a capacidade de leitos, priorizando aqueles que realmente necessitam da atenção intensiva.
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