Medicina de Família e Comunidade: o que é, residência, atuação, remuneração e mais!

A Medicina de Família e Comunidade (MFC) tem experimentado um rápido crescimento no Brasil, em grande parte devido aos programas federais e à importância dessa especialidade na atenção primária à saúde. Sem dúvida, a MFC é um pilar fundamental no sistema de saúde brasileiro, promovendo cuidados abrangentes e continuados para indivíduos e famílias de todo o país. 

Neste artigo, vamos explorar todos os aspectos relevantes da Medicina de Família e Comunidade, incluindo a residência médica, áreas de atuação, remuneração e muito mais. 

O que é a Medicina de Família e Comunidade?

A Medicina de Família e Comunidade (MFC) é uma especialidade médica que tem como objetivo principal proporcionar cuidados abrangentes e contínuos para os indivíduos, suas famílias e a comunidade em que estão inseridos. É uma área que busca promover a saúde, prevenir doenças, realizar diagnósticos precoces, orientar tratamentos e acompanhar o desenvolvimento dos pacientes ao longo de suas vidas.

Essa especialidade tem um enfoque voltado para a atenção primária à saúde, ou seja, é responsável por ser a porta de entrada do sistema de saúde brasileiro. Os médicos especialistas em Medicina de Família e Comunidade atendem pacientes de todas as faixas etárias, desde o recém-nascido até o idoso, e cuidam de uma variedade de condições médicas, sejam elas agudas ou crônicas.

Áreas de atuação em Medicina de Família e Comunidade

Atuação na atenção primária à saúde

Uma das principais áreas de atuação do médico de Família e Comunidade é na atenção primária à saúde. Nesse contexto, o profissional é responsável por atender os pacientes em consultas de rotina, realizar exames clínicos, solicitar exames complementares, prescrever medicamentos, acompanhar o paciente ao longo do tempo e encaminhá-lo para especialistas quando necessário. Estima-se que 80% dos problemas de saúde possam ser diagnosticados e manejados ao nível da atenção primária.

Além disso, o médico de Família e Comunidade também desempenha um papel importante na prevenção de doenças, através da realização de campanhas de vacinação, orientações sobre hábitos saudáveis, rastreamento de doenças crônicas, entre outras estratégias de promoção e prevenção.

Atuação na gestão em saúde

Outra área de atuação em Medicina de Família e Comunidade é a gestão em saúde. Nesse campo, o médico é responsável por planejar, implantar, coordenar e avaliar políticas e programas de saúde, tanto a nível local quanto regional. Ele trabalha em parceria com outros profissionais da área da saúde, gestores e comunidade, buscando melhorias nos serviços de saúde e na qualidade de vida da população.

Atuação na docência e pesquisa

A Medicina de Família e Comunidade também oferece oportunidades de atuação na docência e pesquisa. O médico especialista pode lecionar em cursos de graduação e pós-graduação na área da saúde, compartilhando seus conhecimentos teóricos e práticos com futuros profissionais. Além disso, ele pode se engajar em atividades de pesquisa, contribuindo para o avanço científico e a produção de evidências que embasem as práticas da Medicina de Família e Comunidade.

Residência em Medicina de Família e Comunidade

Para se tornar especialista em Medicina de Família e Comunidade, é necessário realizar a residência médica nessa área. A residência em MFC tem duração de três anos e é uma oportunidade para os médicos em formação adquirirem conhecimentos teóricos e práticos específicos dessa especialidade.

Rodízios práticos e carga horária

As residências de modo geral estruturam-se em rodízios de algumas semanas (usualmente, de 4 a 6 semanas), durante os quais os residentes concentram-se em atividades específicas. As residências de MFC, porém, costumam ter um foco diferente, já que boa parte dos estágios é centrada na atuação em unidades básicas de saúde (UBS).

Assim, a maior parte dos meses da residência ocorre em UBS, em que o médico residente é responsável pelo atendimento e pela coordenação do cuidado de certo número de pacientes. Cabe observar que a responsabilidade do residente não se limita ao atendimento, estendendo-se à coordenação do cuidado do indivíduo, acompanhamento familiar, realização de visitas domiciliares, organização de grupos de prevenção de doenças, dentre outras funções.

Os médicos residentes realizam, individualmente, os atendimentos programados, e discutem as condutas com médicos preceptores. À medida que avançam em sua formação, espera-se que os médicos desenvolvam maior autonomia e profundidade na tomada de condutas.

Ademais do atendimento em UBS, a depender do programa em questão, a residência pode incluir estágios hospitalares e/ou de pronto-atendimento para desenvolvimento de habilidades em psiquiatria, pediatria e ginecologia e obstetrícia, requeridas na rotina como MFC, bem como estágios ambulatoriais para realização de pequenas cirurgias, as quais espera-se que o MFC seja capaz de efetuar.

A carga horária da residência em Medicina de Família e Comunidade, visto que não costuma incluir atendimentos em cenário de urgência e emergência, nem plantões, respeita, na maior parte dos programas,o limite de 60 horas semanais, distribuídas entre atividades teóricas e práticas.

Aprendizado teórico

Ademais da atuação prática, espera-se que o médico residente absorva conhecimentos teóricos não apenas sobre as doenças mais tratadas na UBS, mas sobre saúde pública. Assim, uma particularidade do médico especialista em MFC consiste nos conhecimentos sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e o funcionamento da saúde pública no Brasil.

Como se preparar para o processo seletivo

A preparação para o processo seletivo para a residência nas especialidades de acesso direto de modo geral exige que os candidatos conheçam as etapas avaliativas de sua instituição de interesse e se dediquem a elas.

De modo geral, as residências em MFC estão entre as menos concorridas nos programas de residência, em que especialidades como otorrinolaringologia, oftalmologia, dermatologia, dentre outras, se destacam pela maior concorrência e nota de corte. Apesar disso, a depender do programa de interesse, os candidatos podem se deparar com um processo seletivo desafiador para a entrada na residência em MFC.

De modo geral, os processos seletivos, incluem uma prova teórica, uma etapa de avaliação curricular e, em alguns casos, uma prova prática.

O preparo para a prova teórica constitui o fator determinante para a aprovação da maioria dos candidatos, visto que ela constitui a maior parcela da média final para classificação; como recursos para tal preparo, os candidatos costumam se valer de materiais diversos, como:

  • Bancos de questões comentadas: a utilização de bancos de questões permite aos candidatos estudar os temas abordados pelas provas com questões comentadas, um dos meios comprovadamente mais eficazes para o aprendizado. Entre os bancos de questões utilizados pelos candidatos, o banco do Estratégia MED destaca-se por ter mais de 90.000 questões, em grande parte já comentadas com comentários detalhados em vídeo e em texto, feitos por professores especialistas no tema, e pela grande capacidade de filtrar as questões no estudo. P.e.x, observe como o banco permite filtrar, em detalhes, apenas as questões já avaliadas sobre um subtema dentro do tema “Sistema Único de Saúde (SUS)”, o “Financiamento em Saúde”, e, a seguir, acessar as questões desejadas, com comentários em texto e em vídeo.

Com os filtros selecionados, o banco filtrou 342 questões sobre o tema. No caso específico, resposta correta: C!

  • Provas anteriores: ademais do estudo por questões individuais, é essencial que os candidatos se habituem a realizar provas de residência anteriores na íntegra, para que se habituem ao estilo da instituição de interesse e ao cansaço que pode surgir ao realizar provas inteiras.
  • Vídeo-aulas e Livros digitais: assistir vídeo-aulas e ler textos sobre os temas constitui em métodos de exposição inicial aos temas estudados muito utilizados pelos candidatos.
  • Flashcards: o estudo com flashcards auxilia os candidatos a memorizar, por meio da repetição espaçada, os principais conceitos avaliados pelas provas. Os candidatos costumam se valer de cursinhos preparatórios para o acesso a tais materiais para o preparo para os processos seletivos. O Extensivo do Estratégia MED destaca-se, nesse sentido, pela diversidade de tipos de materiais de estudo que oferece e pela facilidade com que são acessados. Assim, o aluno pode adequar seu estudo aos métodos que lhe permitem melhor absorver o conteúdo, seja por vídeos, livros, resumos, revisão de slides, mapas mentais ou flashcards:

A preparação para a prova prática, necessária para os processos seletivos que a incluem, pode envolver o estudo de estações práticas previamente cobradas pela instituição de interesse e por outras instituições – as provas práticas de residência médica são geralmente compostas por estações que simulam atendimentos clínicos, com duração de 5 a 10 minutos, nos quais habilidades dos candidatos em realização de anamnese, exame físico e de procedimentos são avaliadas.

O Estratégia MED contém um curso específico de preparação para a prova prática, com vídeos sobre a estrutura geral das provas práticas para residência médica e sobre múltiplas estações, cobradas ou não por provas anteriores; o estudo por vídeos e checklists de estações permite que os candidatos se habituem com o modo como as provas realizam estações práticas e quais aspectos são valorizados pelos avaliadores.

Para a etapa de avaliação curricular, é essencial que os candidatos analisem os aspectos curriculares valorizados pelo processo seletivo, indicados em seu edital, e incluam-nos com clareza, e com as respectivas comprovações, em seus currículos; entre os aspectos mais comumente valorizados nos editais, têm-se o histórico acadêmico, estágios extracurriculares, participação em ligas acadêmicas, trabalhos científicos, etc.

Por fim, é frequente que os processos incluam uma etapa de entrevista, em que os tópicos descritos no currículo dos candidatos podem ser destrinchados, e as características subjetivas dos candidatos são analisadas pelos avaliadores. Para o preparo a tal etapa, é necessário que os candidatos saibam descrever com clareza as principais atividades que tenham relatado em seus currículos, e possam responder a perguntas subjetivas sobre sua formação e sobre os motivos de seu interesse pela especialidade e pela instituição desejada.

Remuneração em Medicina de Família e Comunidade

O salário médio de um especialista em Medicina de Família e Comunidade pode variar de acordo com alguns fatores, como a região do país, o porte da instituição de saúde, a experiência do profissional e a atuação preponderante em rede pública ou privada. 

De maneira geral, no Brasil, a atuação assistencial do especialista em MFC se restringe, na maioria dos locais, ao atendimento em Unidades Básicas de Saúde do SUS. Nesses casos, a remuneração será ditada por contratos municipais, estaduais, ou por programas federais, como o Mais Médicos e o programa Médicos pelo Brasil. 

Segundo dados disponíveis, o salário médio obtido por tal atuação assistencial oscila entre R$ 15.000,00 e R$ 20.000,00 mensais para a carga horária de 40 horas semanais. Cabe observar, porém, que concursos de trabalho podem oferecer benefícios adicionais, como férias remuneradas, plano de carreira com aumento progressivo de salário, e auxílio-alimentação.

Nos últimos anos, tem sido observado um aumento da valorização da especialidade a nível de atendimento particular e associado a convênios de saúde, sobretudo em grandes cidades como São Paulo – SP, o que pode aumentar as expectativas salariais. Todavia, o que ainda diminui sua valorização consiste no fato de que na grande maioria dos locais o atendimento em UBS não é ocupado por médicos especialistas na área, mas sim por médicos sem especialização ou especialistas em clínica médica, por exemplo.

Além disso, a atuação do especialista em MFC não fica necessariamente restrita ao nível essencial. A formação teórica sobre saúde pública e sobre o funcionamento do SUS obtida durante a residência possibilita que muitos médicos especialistas na área atuem em funções de gestão em saúde.

Conclusão

Em conclusão, a Medicina de Família e Comunidade é uma especialidade médica que, atualmente, tem se destacado e crescido no país, sendo cada vez mais valorizada no âmbito dos programas federais de saúde. Sua atuação acontece, principalmente, na atenção primária à saúde, que é a porta de entrada do sistema de saúde brasileiro, porém pode ocorrer em outras áreas, como na gestão em saúde. 

Como pontos positivos da especialidade, destaca-se sua crescente valorização no Brasil no último ano e a relativa facilidade de acesso via programas de residência, haja vista sua menor concorrência. Como aspectos negativos, têm-se que o principal local de atuação dos especialistas em MFC, as UBS, são ocupadas, em grande parte, por médicos que não realizaram especialização nessa área específica, e a menor possibilidade de aumento progressivo de remuneração em comparação a outras áreas.

O acesso à residência em MFC se dá por processos seletivos. Para se preparar para eles, os candidatos costumam se valer de cursinhos preparatórios para o acesso a materiais diversos. O Extensivo do Estratégia MED destaca-se, nesse sentido, pela diversidade de tipos de materiais de estudo que oferece e pela facilidade com que são acessados Para mais informações, visite Estratégia MED.

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