Patologia: o que é, residência, atuação, remuneração e mais!

A Patologia é uma especialidade médica essencialmente voltada ao diagnóstico de doenças. O médico patologista é responsável por analisar amostras de tecidos, órgãos e fluidos corporais obtidos por meio de biópsias, cirurgias e exames laboratoriais. Essa análise auxilia no diagnóstico e acompanhamento de diversas doenças, como câncer, infecções, doenças autoimunes e doenças genéticas. 

O patologista utiliza técnicas como a microscopia, imuno-histoquímica, biologia molecular e citometria de fluxo para realizar a análise das amostras. Com base nos resultados, ele emite laudos que contribuem para o tratamento adequado dos pacientes. Assim, trata-se de área com forte intersecção com as ciências básicas e de suma importância para todas as áreas da medicina.

Áreas de atuação em Patologia

Anatomia patológica macroscópica e histopatologia

A Anatomia Patológica constitui a principal área de atuação do médico patologista. Nessa área, o profissional realiza o exame macro e microscópico de amostras de tecidos, identificando e avaliando alterações celulares e teciduais decorrentes de processos patológicos. O trabalho do anatomopatologista é fundamental para o diagnóstico e acompanhamento de doenças, como câncer, infecções e doenças inflamatórias.

Para tal, o patologista parte de amostras obtidas por biópsias ou mesmo pela retirada total de órgãos; realiza a preparação de tais amostras com colorações específicas; e, por fim, as analisa ao microscópio.

Citopatologia

A Citopatologia é uma área da Patologia que se dedica ao estudo das células, por meio da análise de esfregaços e amostras líquidas, como o Papanicolau. O citopatologista é responsável por identificar alterações celulares que possam indicar a presença de doenças, como câncer e infecções virais. Essa especialidade desempenha um papel fundamental no rastreamento e diagnóstico precoce de neoplasias.

Exames Perioperatórios (biópsia de congelação)

Neste campo de atuação, o médico patologista analisa uma biópsia obtida em centro cirúrgico para elucidar, à equipe, casos suspeitos de câncer. Assim, a análise é realizada no perioperatório, e ajuda a guiar as próximas etapas da cirurgia. Trata-se de técnica realizada, por exemplo, no manejo do câncer de ovário.

Autópsias

As autópsias podem ser realizadas tanto com finalidade sobretudo acadêmica e de elucidação diagnóstica, em serviços de verificação de óbito (intra-hospitalares), como com aspecto forense, no cenário de mortes violentas ou acidentais. 

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Residência Médica em Patologia

A residência médica em Patologia é uma etapa fundamental para aqueles que desejam se especializar nessa área. Durante esse período, os médicos passam por um treinamento intensivo que envolve teoria e prática, a fim de obterem conhecimentos sólidos e habilidades necessárias para atuar como patologistas.

Requisitos para ingressar na residência em Patologia

Para realizar a residência em patologia, é necessário ter concluído o curso de Medicina em uma instituição reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). A seguir, é necessária a aprovação em processo seletivo para programa de residência em tal área, que envolve diversas etapas, como prova teórica, análise curricular, prova prática e entrevista. A residência terá, então, duração de três anos, com rotina abordada a seguir.

Rotina da residência em Patologia

Durante a residência em Patologia, os médicos realizam atividades práticas, como realização de autópsias, análise de lâminas, exames laboratoriais, diagnósticos, acompanhamento de cirurgias e discussões de casos clínicos. Além disso, também participam de aulas teóricas, seminários e congressos, a fim de se manterem atualizados sobre os avanços da área.

A rotina das residências varia conforme o programa da instituição. Usualmente, os programas de residência em Patologia respeitam a determinação de carga horária de 60 horas semanais. A seguir, abordaremos o funcionamento geral típico dos três anos de residência em Patologia, com base no funcionamento da residência da Hospital das Clínicas da USP de Ribeirão Preto.

Primeiro ano (R1)

No primeiro ano, o residente é introduzido a um mundo completamente novo, distinto da prática clínica. O contato com a patologia se dá por meio do acompanhamento e realização de autópsias em plantões em serviços de verificação de óbito (SVO), seguidos da análise macro e microscópica das peças. Gradualmente, espera-se que o residente se familiarize com o aspecto normal dos tecidos e os grupos de alterações patológicas mais comumente encontrados.

Segundo ano (R2)

No segundo ano, o residente é treinado para a realização de métodos diagnósticos complementares mais complexos, como a imunohistoquímica, e com outros tipos de amostras patológicas, como amostras de citologia de punção de tireoide.

Terceiro ano (R3)

No último ano, espera-se que o residente desenvolva a habilidade de realizar análise de  macroscopia e microscopia de casos mais elaborados, e que tenha mais agilidade na liberação de laudos. Além disso, o terceiro ano costuma contemplar a possibilidade de realização de estágios em subáreas da patologia, que permitem o aprofundamento dos conhecimentos.

Como ingressar na Residência Médica em Patologia

Processo de seleção

O processo seletivo para a residência médica em Patologia geralmente envolve a realização de uma prova teórica e uma fase prática.

 A prova teórica avalia os conhecimentos gerais do candidato em cinco áreas: clínica médica, pediatria, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, e medicina preventiva. Tal prova é constituída, geralmente, por 80 a 100 questões de múltipla-escolha, divididas igualmente entre tais áreas, mas pode incluir também questões dissertativas, a depender do processo seletivo.

A seguir, muitos processos seletivos incluem uma prova prática, constituída por estações que simulam situações clínicas nas quais são avaliadas habilidades práticas dos candidatos, como realização de anamnese, exame físico, procedimentos básicos e tomada de decisões. 

Por fim, é comum que os processos seletivos incluam etapa de avaliação curricular, em que o histórico escolar dos candidatos e experiências prévias como pesquisa científica e realização de estágios são avaliados; pode haver também uma etapa de entrevista, em que os currículos são analisados e aspectos subjetivos dos candidatos são discutidos pelos avaliadores.

Ao término do processo seletivo, as notas das três etapas compõem uma média final, com a qual os candidatos são classificados e, de acordo com o número de vagas disponibilizado, podem ingressar na residência.

Como se preparar para o processo seletivo para a Residência Médica em Patologia

A preparação para o processo seletivo para residência médica exige que os candidatos conheçam as etapas avaliativas de sua instituição de interesse e se dediquem a elas.

De modo geral, todos os processos para residência em especialidades de acesso direto, como a Patologia, incluem uma prova teórica, que avalia os conhecimentos gerais do candidato em cinco áreas: clínica médica, pediatria, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, e medicina preventiva. O preparo para tal prova constitui o fator determinante para a aprovação da maioria dos candidatos, visto que ela constitui a maior parcela da média final para classificação; como recursos para tal preparo, os candidatos costumam se valer de materiais diversos, como:

  • Bancos de questões comentadas: a utilização de bancos de questões permite aos candidatos estudar os temas abordados pelas provas com questões comentadas, um dos meios comprovadamente mais eficazes para o aprendizado.

    Entre os bancos de questões utilizados pelos candidatos, o banco do Estratégia MED destaca-se por ter mais de 90.000 questões, em grande parte já comentadas com comentários detalhados em vídeo e em texto, feitos por professores especialistas no tema, e pela grande capacidade de filtrar as questões no estudo, que permite aos candidatos selecionar, com grande especificidade, qual aspecto do tema desejam estudar, dentre outros detalhes.

    P.e.x, observe como o banco permite filtrar, em detalhes, apenas as questões já avaliadas sobre um subtema dentro do tema “Hipertensão” e, a seguir, acessar as questões desejadas, com comentários em texto e em vídeo.
  • Provas anteriores: ademais do estudo por questões individuais, é essencial que os candidatos se habituem a realizar provas de residência anteriores na íntegra, para que se habituem ao estilo da instituição de interesse e ao cansaço que pode surgir ao realizar provas inteiras.

    O extensivo do Estratégia MED inclui uma grande gama de provas na íntegra. Observe abaixo tela ilustrativa do sistema do Extensivo, que as provas são organizadas de acordo com o estado de origem e a instituição envolvida, e podem ser acessadas na íntegra com comentários em texto e em vídeo.
  • Vídeo-aulas e Livros digitais: assistir vídeo-aulas e ler textos sobre os temas constitui em métodos de exposição inicial aos temas estudados muito utilizados pelos candidatos.
  • Flashcards: o estudo com flashcards auxilia os candidatos a memorizar, por meio da repetição espaçada, os principais conceitos avaliados pelas provas.

    Os candidatos costumam se valer de cursinhos preparatórios para o acesso a tais materiais para o preparo aos processos seletivos. O Extensivo do Estratégia MED destaca-se, nesse sentido, pela diversidade de tipos de materiais de estudo que oferece e pela facilidade com que são acessados. Assim, o aluno pode adequar seu estudo aos métodos que lhe permitem melhor absorver o conteúdo, seja por vídeos, livros, resumos, revisão de slides, mapas mentais ou flashcards:

A preparação para a prova prática, necessária para os processos seletivos que a incluem, pode envolver o estudo de estações práticas previamente cobradas pela instituição de interesse e por outras instituições – as provas práticas de residência médica são geralmente compostas por estações que simulam atendimentos clínicos, com duração de 5 a 10 minutos, nos quais habilidades dos candidatos em realização de anamnese, exame físico e de procedimentos são avaliadas.

O Estratégia MED contém um curso específico de preparação para a prova prática, com vídeos sobre a estrutura geral das provas práticas para residência médica e sobre múltiplas estações, cobradas ou não por provas anteriores; o estudo por vídeos e checklists de estações permite que os candidatos se familiarizem com o modo como as provas realizam estações práticas e quais aspectos são valorizados pelos avaliadores.

Para a etapa de avaliação curricular, é essencial que os candidatos analisem os aspectos curriculares valorizados pelo processo seletivo, indicados em seu edital, e incluam-nos com clareza, e com as respectivas comprovações, em seus currículos; entre os aspectos mais comumente valorizados nos editais, têm-se o histórico acadêmico, estágios extracurriculares, participação em ligas acadêmicas, trabalhos científicos, etc.

Por fim, é frequente que os processos incluam uma etapa de entrevista, em que os tópicos descritos no currículo dos candidatos podem ser destrinchados, e as características subjetivas dos candidatos são analisadas pelos avaliadores. Para o preparo a tal etapa, é necessário que os candidatos saibam descrever com clareza as principais atividades que tenham relatado em seus currículos, e possam responder a perguntas subjetivas sobre sua formação e sobre os motivos de seu interesse pela especialidade e pela instituição desejada.

Remuneração em Patologia

No Brasil, são as escassas as referências salariais sobre o salário médio de um médico patologista. Segundo os dados disponíveis, o salário médico inicial pode variar entre R$ 8.000 e R$ 20.000 por mês. 

Fatores que influenciam na remuneração

A remuneração do médico patologista pode variar dependendo de diversos fatores individuais, como a carga horária de trabalho, o tipo de estabelecimento (público ou privado) e a localização geográfica. Além disso, em hospitais e instituições públicas, por exemplo, os salários tendem a ser regulados por concursos públicos e programas de residência médica, podendo ser um pouco mais baixos em comparação com a prática privada. Já em clínicas privadas, laboratórios e consultórios, os salários podem ser mais elevados, principalmente para médicos com maior experiência e renome na área.

Além dos fatores mencionados anteriormente, outros aspectos podem influenciar a remuneração do médico patologista no Brasil. Um desses fatores é o nível de especialização e a realização de cursos de aperfeiçoamento e atualização na área da Patologia. Quanto mais qualificado e atualizado o profissional for, maiores tendem a ser as oportunidades de trabalho e os ganhos financeiros.

Outro fator que pode impactar a remuneração é a demanda por profissionais na região onde o médico atua. Em locais com escassez de médicos patologistas, a remuneração tende a ser mais atrativa, devido à necessidade de suprir a demanda existente.

Perspectivas futuras

Apesar de existirem médicos patologistas com salários elevados no Brasil, é importante destacar que o crescimento salarial na área pode ser mais lento em comparação a outras especialidades médicas. Isso se deve, em parte, ao fato de que a Patologia é considerada uma especialidade médica menos valorizada e menos conhecida pela população em geral.

Além disso, ainda há dúvidas sobre o modo como a especialidade será impactada pela inteligência artificial, à medida que esta exercer crescente influência sobre a prática médica. Espera-se que especialidades voltadas ao diagnóstico e essência baseadas na interpretação de dados e imagens – a radiologia e a patologia, sobretudo -, possam ser mais impactados por tais mudanças. Certamente, porém, continuarão a ser essenciais os médicos patologistas, capazes de correlacionar os dados clínicos do paciente às análises laboratoriais, habilidade que, conforme temos visto, não será substituída pelas tecnologias tão cedo.

Conclusão

A patologia é uma especialidade médica essencial, com uma vasta gama de atuação que abrange laboratórios, hospitais e clínicas, tanto comunitárias como universitárias. Para se tornar um patologista, a residência médica é necessária, sendo um processo rigoroso que prepara o médico para diagnosticar e tratar uma ampla gama de patologias. E a remuneração, ainda que variável, é geralmente motivadora, levando em conta a complexidade da área e a intensidade do trabalho. 

Ao optar por essa carreira, é preciso considerar não apenas a remuneração, mas também o amor pela área e o desejo de contribuir para a saúde das pessoas. A Patologia é uma área desafiadora, mas recompensadora, que proporciona uma imensa satisfação profissional. Em conclusão, a escolha de seguir uma carreira em Patologia deve ser embasada num equilíbrio entre paixão pela medicina, habilidades técnicas e intelectuais, e a disposição para encarar os desafios dessa nobre profissão.

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