Conhecido como um dos mais brilhantes expoentes da literatura brasileira, Machado de Assis deixou um legado inesquecível que continua a inspirar gerações de estudantes e estudiosos. Nascido em 1839, Machado teve uma infância marcada por desafios, mas também por uma paixão ardente pelo conhecimento. Crescendo no bairro do Livramento, no Rio de Janeiro, ele enfrentou a perda precoce da mãe e as dificuldades financeiras, mas encontrou refúgio nos livros e na escrita desde cedo.
Sua carreira literária é um testemunho do seu talento excepcional e da profundidade de seu pensamento. Machado de Assis transicionou do romantismo ao realismo com maestria, oferecendo ao mundo obras-primas como “Dom Casmurro” e “Memórias Póstumas de Brás Cubas“. Essas obras não apenas desafiaram as convenções literárias de sua época, mas também proporcionaram uma análise perspicaz da sociedade e das complexidades da alma humana. Mesmo após sua morte em 1908, sua influência perdura, consolidando-se como um pilar fundamental da cultura e literatura brasileira.
O que você vai ler neste artigo
Infância e adolescência
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839 na Chácara do Livramento, Rio de Janeiro. Ele foi o primeiro filho do mulato Francisco José de Assis, um pintor e decorador de paredes, e de Maria Leopoldina, uma imigrante portuguesa. A vida na chácara moldou muito das experiências iniciais do jovem Machado.
A convivência na Chácara do Livramento proporcionou a Machado um ambiente único. Seus pais residiam na casa de D. Maria José Pereira, onde sua mãe recebia proteção e cuidados. Esse ambiente permitiu a ele um contato inicial com a educação e a cultura. Seus primeiros estudos foram na escola pública do bairro de São Cristóvão, onde desenvolveu habilidades básicas e se familiarizou com o latim, auxiliando o padre Silveira Sarmento nas missas.
Entretanto, a vida trouxe desafios significativos ao jovem Machado. Aos dez anos, ele perdeu a mãe, o que levou seu pai a sair da chácara e morar em São Cristóvão com Maria Inês da Silva, que mais tarde se tornou sua madrasta. Maria Inês, trabalhava como doceira em uma escola local e frequentemente levava o enteado para assistir às aulas, incentivando seu interesse pelos estudos.
A adolescência de Machado de Assis foi um período de intensa busca por conhecimento. À noite, na padaria onde também trabalhava, ele aproveitava para aprender francês com o forneiro, demonstrando uma sede insaciável por saber. À luz de velas, ele lia tudo que conseguia, desde literatura clássica até as mais variadas obras disponíveis, começando a expressar suas primeiras poesias.
A dedicação aos estudos e a busca por oportunidades marcaram a incessante caminhada de Machado. Em busca de um emprego, aos 15 anos conheceu Francisco de Paula Brito, dono de uma livraria, jornal e tipografia. Este encontro foi determinante para seu futuro literário. Em 12 de fevereiro de 1855, o poema “Ela” de sua autoria foi publicado na “Marmota Fluminense”, jornal editado por Paula Brito. Era o início de uma carreira literária promissora, durante a qual ele fez contato com importantes figuras políticas e literárias que frequentavam a livraria.
Conforme avançava nos anos, suas experiências enriqueciam seu conhecimento e inspiração. Em 1856, ingressou na Imprensa Oficial como aprendiz de tipógrafo. Embora fosse considerado um funcionário fraco, sua prática de esconder-se para ler tudo que lhe interessava chamou a atenção do diretor, que o incentivou apresentando-o a jornalistas de destaque como Francisco Otaviano, Pedro Luís e Quintino Bocaiuva.
Essa rede de conexões foi essencial para o jovem escritor, que em 1858 foi trabalhar no “Correio-Mercantil” como revisor de provas, além de colaborar com outros jornais e estrear como crítico teatral na revista “Espelho”. Já aos 20 anos, Machado de Assis frequentava os círculos literários e jornalísticos do Rio de Janeiro, capital artística e política do Império, consolidando sua posição no cenário cultural.
Ao analisar a infância e adolescência de Machado de Assis, é evidente que seu percurso foi marcado por adversidades e conquistas. As dificuldades familiares e a perda da mãe moldaram sua resiliência, enquanto sua busca incessante por conhecimento e as oportunidades que lhe surgiram foram cruciais para que se tornasse o gênio literário que conhecemos hoje. Este início de vida foi, sem dúvida, um alicerce sólido para as realizações literárias que ainda estavam por vir.
Carreira literária
Machado de Assis, um dos nomes mais importantes da literatura brasileira, começou cedo sua jornada como escritor. Em 1855, aos 15 anos, publicou seu poema “Ela” no jornal “Marmota Fluminense”, marcando o início de sua prolífica carreira. Esse começo, embora singelo, pavimentou o caminho para sua ascensão na literatura nacional.
Ao longo de sua vida, Machado de Assis produziu um vasto corpo de trabalho, explorando diversas formas literárias. Seu talento não se restringia apenas ao romance e conto, estendendo-se também para crônicas, poesia, crítica literária e peças de teatro. No entanto, foi no romance e no conto que ele mais se destacou, dividindo sua produção literária em duas fases distintas: a romântica e a realista.
Primeira fase: Romantismo
Em seus primeiros romances, como “Ressurreição” (1872), “A Mão e a Luva” (1874), “Helena” (1876) e “Iaiá Garcia” (1878), Machado de Assis ainda apresentava traços do romantismo. Esses livros, embora fizessem uso de certos elementos característicos do movimento romântico, já demonstravam o embrião de seu estilo único e a capacidade de inovar, com uma linguagem mais enxuta e personagens movidos não apenas pelo amor, mas também por ambição e interesses pessoais.
Nessa fase, suas histórias muitas vezes tinham finais felizes ou trágicos e seguiam uma narrativa linear. O autor, apesar de jovem, já apresentava um olhar crítico em relação aos sentimentos humanos e aos costumes da sociedade da época, sem abandonar completamente o tom sentimental típico do romantismo.
Segunda fase: Realismo
Em 1881, Machado de Assis deu início a sua fase realista com a publicação de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. Esse período é marcado por uma profunda análise psicológica dos personagens e uma crítica sutil, mas contundente, das hipocrisias sociais e da mesquinhez humana. A partir daí, seus livros se tornaram pilares da literatura realista brasileira.
“Memórias Póstumas de Brás Cubas” revolucionou a literatura brasileira. A inovação de Machado ao escrever uma narrativa através da perspectiva de um narrador que já estava morto permitiu-lhe uma liberdade criativa sem precedentes, escancarando a essência humana livre das convenções sociais.
Outras obras emblemáticas dessa fase incluem “Quincas Borba” (1891) e “Dom Casmurro” (1899). Em “Quincas Borba”, o autor explora a tragédia de Rubião, um homem modesto cuja ingenuidade o leva à loucura e à ruína. Já “Dom Casmurro” é considerado por muitos estudiosos o ponto máximo de sua produção literária, onde a nebulosa relação entre Bentinho e Capitu e as suspeitas de traição criam um dos maiores enigmas da literatura mundial.
Contribuições para a literatura
Além de seus romances e contos, Machado de Assis também teve uma significativa produção de crônicas e críticas literárias, publicadas em diversos jornais e revistas da época. Sua visão perspicaz e seu estilo refinado influenciaram muitos escritores posteriores e colocaram-no como um dos principais nomes da literatura mundial.
Machado foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL) em 1896 e seu presidente até sua morte em 1908. A ABL tornou-se um importante centro de desenvolvimento e preservação da literatura brasileira, e a influência de Machado de Assis no seu estabelecimento e funcionamento é inegável.
A contribuição de Machado de Assis para a literatura vai além de seu estilo e de suas histórias; ele ajudou a criar uma identidade literária brasileira, refletindo as complexidades e contradições da sociedade brasileira do século XIX e início do século XX. A profundidade psicológica e a crítica social presentes em suas obras continuam a ser estudadas e admiradas, perpetuando seu legado como um dos maiores escritores não apenas do Brasil, mas do mundo.
Últimos anos e legado
Nos anos finais de sua vida, Machado de Assis experimentou profundas mudanças pessoais, particularmente a perda de sua amada esposa Carolina, em outubro de 1904. Esse evento impactou severamente o escritor, que passou a viver de maneira mais reclusa. A relação dos dois era marcada não só pelo amor, mas também pela colaboração intelectual, já que Carolina frequentemente revisava os manuscritos de Machado. Em homenagem à esposa, o romancista escreveu o comovente poema “À Carolina”, que expressa a profundidade de seu luto e a saudade que sentia.
Reclusão e Produção Literária
Após a morte de sua esposa, sua produção literária refletiu o estado emocional de um homem marcado pelo sofrimento e pela solidão. Em 1908, publicou “Memorial de Aires”, um romance que, diferentemente das obras anteriores, traz um tom mais melancólico e reflexivo, sendo considerado por muitos o “livro da saudade”. Esse último romance demonstra a maturidade de Machado na análise psicológica dos seus personagens e na crítica social, características que solidificaram seu papel como um dos principais escritores do Realismo Brasileiro.
Durante esses anos, a Academia Brasileira de Letras, fundada pelo próprio Machado em 1896, continuou a ser uma de suas maiores dedicações. Ocupando a cadeira de número 23, ele foi o primeiro presidente da instituição, cargo que manteve até sua morte. A importância de Machado de Assis na literatura brasileira e em instituições culturais tornou-se incontestável, com sua figura sendo reverenciada como a mais proeminente do movimento realista no Brasil.
Impacto Cultural e Relevância Contemporânea
O falecimento de Machado de Assis em 29 de setembro de 1908 marcou o fim de uma era para a literatura brasileira. O sepultamento foi um evento grandioso, com a presença das maiores personalidades do país, incluindo o jurista Rui Barbosa, que proferiu um discurso emocionado em sua despedida. A influência de Machado transcende sua época, continuando a ser estudado e admirado tanto no Brasil quanto internacionalmente.
A obra de Machado de Assis, especialmente romances como “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Dom Casmurro”, segue sendo essencial para o entendimento das nuances da sociedade brasileira do século XIX. Seus personagens complexos e suas análises psicológicas profundas oferecem um espelho crítico das relações humanas e das hipocrisias sociais, temas que permanecem relevantes nos dias de hoje. Para jovens estudantes que se preparam para concursos e exames vestibulares, a compreensão das obras machadianas é crucial, pois proporciona uma visão crítica detalhada e uma apreciação mais profunda da literatura e da cultura brasileira.
Legado Duradouro
A relevância de Machado de Assis permanece inabalável, com sua obra sendo continuamente adaptada e reinterpretada em diferentes mídias, como cinema e teatro. A análise de suas obras é frequentemente requisitada em provas de vestibulares e concursos, onde a profundidade de sua escrita e a complexidade de seus personagens são temas de estudo fundamentais. Esse legado perpetua a influência de Machado como um dos pilares da literatura mundial.
Para os estudantes dedicados que buscam excelência acadêmica, o estudo das obras de Machado de Assis não é apenas uma exigência curricular, mas também uma oportunidade de desenvolver habilidades críticas e reflexivas valiosas para qualquer área do conhecimento. A escrita meticulosa de Machado oferece lições sobre a condição humana, ética e moral, elementos que transcendem o contexto literário e se aplicam amplamente nas demais disciplinas e na vida cotidiana.
A longevidade da relevância de Machado de Assis é um testemunho de sua genialidade e da profundidade do seu impacto na cultura brasileira. Portanto, para os futuros profissionais que se preparam intensamente para assegurar um lugar nas melhores universidades e nas mais rigorosas carreiras, apropriar-se dos ensinamentos presentes na vasta obra de Machado de Assis é adquirir um conhecimento que vai além das respostas certas, é abraçar a complexidade e humanidade que enriquece qualquer percurso acadêmico e profissional.
Assim, estudar Machado de Assis, mais do que uma obrigação, torna-se uma prazerosa viagem pelos intrincados meandros da alma humana, um exercício que, seguramente, refinará o olhar crítico de qualquer estudante e enriquecerá suas reflexões pessoais e acadêmicas.
Conclusão
Machado de Assis é um ícone incontestável da literatura brasileira, cuja obra atravessa gerações e se mantém relevante até os dias de hoje. Desde suas origens humildes no Rio de Janeiro até a consolidação de uma carreira brilhante, ele dedicou sua vida à escrita e ao desenvolvimento de uma visão crítica sobre a sociedade brasileira. Sua trajetória, marcada por uma constante evolução estilística, culminou na fundação da Academia Brasileira de Letras, instituição que reflete seu compromisso com a valorização das letras no Brasil.
O legado de Machado de Assis é imensurável, seu impacto na literatura universal é inegável. Obras como “Dom Casmurro” e “Memórias Póstumas de Brás Cubas” não só redefiniram o realismo brasileiro, mas também influenciaram a análise da condição humana através de uma perspectiva única e perspicaz. Sua maestria na narrativa e na construção de personagens complexos continua a inspirar estudantes e amantes da literatura, solidificando seu lugar como um dos maiores escritores de todos os tempos.
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