Ao longo dos corredores do Colégio Militar de Salvador, um nome começa a ganhar destaque entre estudantes e professores: Fernando. Medalhista de ouro da OBMEP no nível 2, ele alcançou o reconhecimento nacional não apenas por sua genialidade, mas por uma preparação consistente, disciplinada e resiliente. O jovem baiano conseguiu transformar inseguranças em medalhas e medo em motivação, revelando que grandes conquistas nascem de hábitos bem cultivados e apoio constante.
Participando de diversas olimpíadas desde 2019 e acumulando conquistas em matemática, física, química e biologia, Fernando compartilhou sua trajetória em uma entrevista ao professor Cícero Tiago, desvendando os bastidores de sua rotina de estudos, principais ferramentas e os desafios emocionais que enfrentou até subir ao pódio da OBMEP.
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Construindo a base: a importância do direcionamento
Não foi do dia para a noite que Fernando descobriu seu talento. Seu envolvimento nas olimpíadas começou ainda no ensino fundamental, impulsionado pela preparação para o concurso do Colégio Militar. O estudo intenso de matemática durante esse período criou as bases para seu desempenho olímpico nos anos seguintes.
Entretanto, só com o direcionamento de um professor especializado, o Major Assis, é que ele começou a evoluir significativamente. Esse apoio foi decisivo para a mudança de mentalidade e obtenção de resultados mais expressivos. “Ele conseguiu me direcionar de fato para as olimpíadas. Era uma ou duas horas por semana, mas fez uma enorme diferença”, contou Fernando.
Muitos alunos talentosos não prosperam nessas competições por falta de orientação adequada. A diferença está na estrutura de estudo voltada para o tipo de raciocínio exigido pelas provas olímpicas.
Superando o medo do ENEM com a matemática olímpica
Apesar de sua proficiência matemática, Fernando revelou que havia se inscrito em edições anteriores do ENEM, mas não compareceu por insegurança. Foi apenas em 2023, já confiante após anos resolvendo provas complexas e participando de inúmeros simulados, que decidiu enfrentar o exame.
A ferramenta que lhe deu mais segurança? O banco de questões do Estratégia Vestibulares. “Ele é bem completo, traz explicações detalhadas das alternativas e ajuda a entender os raciocínios. Isso me fez perder o medo do ENEM”, comentou.
Além disso, o conhecimento adquirido com as olimpíadas serviu como uma espécie de “blindagem” contra o estresse das provas. Com a base olímpica sólida, Fernando gabaritou praticamente toda a prova de matemática do ENEM e teve desempenho excepcional também na FUVEST e UNICAMP — dois dos vestibulares mais exigentes do país.
Disciplina de estudo e estratégia
Fernando é categórico: quem busca uma vaga em medicina ou em um curso de alta concorrência precisa, além de um material teórico forte, resolver muitas questões e fazer simulados com frequência. Para ele, essa tríade é essencial:
- Teoria de qualidade: dominando os conceitos antes de praticar.
- Resolução constante de questões: para absorver a lógica das provas.
- Simulados realistas: para testar desempenho sob pressão.
Essa sistemática o ajudou a conquistar aprovação em terceiro lugar na Faculdade Bahiana de Medicina com apenas 16 anos, ainda no 2º ano do ensino médio, demonstrando que organização e foco fazem toda a diferença.
Resiliência e apoio familiar como pilares do sucesso
Durante a entrevista, Fernando enfatizou como a preparação para olimpíadas oferece muito mais do que conhecimento técnico. “Você ganha uma casca, resistência e resiliência. Aprende a não desistir diante das dificuldades”, afirmou.
Essa força emocional, segundo ele, foi fortalecida por dois alicerces: o apoio dos pais, que sempre incentivaram sem pressionar, e a companhia de amigos que trilharam o mesmo caminho. “Estudar com quem partilha seus objetivos torna tudo mais leve e motivador”, disse.
A colaboração entre colegas também foi essencial para facilitar a análise de provas dissertativas — parte comum das segundas fases da OBMEP. Era comum ele discutir resoluções com os amigos, corrigir juntos as provas antigas e comparar com os gabaritos oficiais.
Olimpíadas como ponte para o futuro
Além de desenvolver habilidades matemáticas avançadas ainda na adolescência, participar de olimpíadas também abriu portas para Fernando em universidades que oferecem vagas olímpicas, iniciativa que tende a crescer nos próximos anos.
Universidades como USP, UNICAMP e IMPA já disponibilizam vagas em quase todos os cursos — inclusive Medicina — baseadas em bom desempenho em competições acadêmicas. Isso valoriza o esforço de jovens como Fernando, integrando seus méritos extracurriculares a um processo de seleção mais diversificado e justo.
Ele também participou do Programa de Iniciação Científica Jr., oferecido pela OBMEP aos medalhistas, destacando como as aulas de sábado foram fundamentais para sistematizar tudo que aprendeu “via instinto” até então.
O segredo está na coragem de tentar
Apesar de todo histórico de conquistas, Fernando admite que nem sempre esteve confiante. Na véspera de provas importantes, o nervosismo o dominava — um sentimento comum a qualquer estudante. No entanto, ele aprendeu a agir com coragem, mesmo diante do medo, e a reconhecer que crescer academicamente é um desafio pessoal, não uma comparação com os outros.
“A medalha é só um pedaço de metal, mas representa todo o esforço que você viveu até ali”, afirmou. Mais do que no pódio, sua maior satisfação foi perceber o quanto evoluiu como estudante, amigo, cidadão e sonhador.
Lições de um campeão
O depoimento de Fernando reverbera como inspiração para jovens que ainda estão começando a se preparar para as olimpíadas, vestibulares ou para o ENEM. Suas palavras são um lembrete de que talento pode existir, mas é a dedicação que define o trajeto.
Seguem algumas dicas práticas que ele compartilhou para quem quer iniciar ou intensificar os estudos olímpicos:
- Comece pelas provas anteriores: resolva e corrija com atenção, entendendo os critérios de correção.
- Se os desafios forem difíceis demais, treine em provas de nível inferior para construir a base.
- Procure grupos de estudo e professores mentores que conheçam o caminho.
- Use plataformas confiáveis como o Estratégia Vestibulares para apoio estruturado.
- Se desafie constantemente, mas não se esqueça de comemorar cada progresso.
Mesmo diante do êxito, Fernando reforça: “A competição mais importante é entre você e você mesmo.” Na busca pela evolução, as medalhas podem ou não vir. Mas o que sempre resta, e é irreversível, é o crescimento intelectual e pessoal conquistado ao longo da caminhada.
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