As Forças Armadas do Brasil realizaram uma operação de socorro essencial no estado do Rio Grande do Sul, trazendo esperança a uma população devastada pela maior enchente desde 1941. Esse esforço incluiu a instalação de cinco Hospitais de Campanha (Hcamp), localizados em Canoas, Eldorado do Sul, Estrela, Guaíba e São Leopoldo. Essas unidades começaram a operar em 3 de maio de 2024, proporcionando cerca de 150 atendimentos diários, todos gratuitos.
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Função e estrutura dos hospitais de campanha
Sob a liderança de 70 militares da área de saúde, os Hospitais de Campanha oferecem uma variedade de serviços médicos, incluindo clinico-geral, pediatria, odontologia, ortopedia, ginecologia e obstetrícia, além de apoio psicológico. A Tenente-Coronel Médica Maria Eliane Paulino de Oliveira, inspetora do Escalão de Saúde do Comando Conjunto da Operação Taquari II, ressaltou que esses Hcamp são vitais em tempos de calamidade, reduzindo a pressão sobre as unidades de saúde locais que frequentemente ficam sobrecarregadas.
Além do atendimento médico, um suporte psicológico essencial é oferecido aos pacientes, que estão emocionalmente abalados devido às perdas que sofreram com a enchente. Uma equipe volante de psicólogos e assistentes sociais, juntamente com um capelão militar, desempenha um papel crucial na prestação desse suporte.
Atendimento médio e demandas
Operando das 7h às 20h, exceto em Eldorado do Sul onde o atendimento é 24 horas devido à falta de outras opções médicas, as pedidos mais comuns recebidos nos HCamp envolvem problemas respiratórios, mordidas de animais, gastroenterites e infecções de pele. As estruturas estão bem equipadas, incluindo recursos para exames de raio-X e laboratoriais, além de distribuição de medicamentos conforme necessário. Em São Leopoldo, os serviços são prestados nas instalações do antigo 16º Grupo de Artilharia de Campanha (16º GAC).
Esforços conjuntos e logística
A instalação dos Hcamp faz parte de uma força-tarefa coordenada pelo Ministério da Defesa que envolve aproximadamente 17 mil militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Desde o início da operação Taquari II, em 30 de abril, cerca de 70 mil pessoas e 10 mil animais foram resgatados. As operações utilizam 330 embarcações, 35 aeronaves e cinco navios, além de 4.500 viaturas e equipamentos de engenharia.
Origem da operação
A operação de socorro no Rio Grande do Sul segue uma experiência bem-sucedida anterior. Desde setembro de 2023, a Operação Taquari já tinha sido ativada para enfrentar os desafios impostos por um ciclone extratropical na região do Vale do Taquari. Naquela época, a Operação focou principalmente na busca e resgate, distribuição de suprimentos, limpeza de vias e reconstrução. O aprendizado dessa primeira fase foi crucial para o desenvolvimento e execução eficiente da Taquari II.
Ao longo das duas operações, os militares se empenharam em diversas frentes, não apenas no resgate e atendimento médico, mas também na logística, transporte de suprimentos e desobstrução de vias. Esses esforços integrados são coordenados pela Defesa Civil, assegurando um planejamento estratégico e implementação eficaz das ações.
Conclusão
A instalação dos Hospitais de Campanha pelas Forças Armadas no Rio Grande do Sul exemplifica um esforço coordenado e abrangente para mitigar os efeitos devastadores das enchentes. Com uma abordagem multifacetada que inclui atendimento médico e psicológico, esses Hcamp representam um alívio significativo para as comunidades afetadas. Além disso, a colaboração entre as diferentes forças e a Defesa Civil demonstra a importância do trabalho conjunto em situações de calamidade.
Referência — estado.rs.gov.br
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