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Cuidados Paliativos: o que é, residência, atuação, remuneração e mais!

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Cuidados Paliativos: o que é, residência, atuação, remuneração e mais! — Confira um guia completo sobre a Cuidados Paliativos, incluindo informações sobre o que é, residência médica, áreas de atuação, salário e muito mais!

No âmbito da prática médica, os Cuidados Paliativos emergem como uma especialidade essencial, focada na arte de aliviar o sofrimento e de promover a qualidade de vida de pacientes em estado avançado de doenças. Esta abordagem empática e humanizada vai além do tratamento das doenças, englobando as necessidades psicológicas, sociais e espirituais tanto dos pacientes quanto de seus familiares. Com a residência médica, os profissionais tornam-se aptos a navegar pelos desafios dessa área tão sensível, agindo com compaixão e competência técnica.

Convidamos você a imergir no universo dos Cuidados Paliativos. Descubra as nuances da residência médica nesta especialidade, explore as diversas áreas de atuação, e informe-se sobre a remuneração dos especialistas. Embarque nesta jornada para entender o processo seletivo e as perspectivas de carreira, ampliando sua percepção sobre uma das práticas mais nobres da medicina moderna.

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O que são os Cuidados Paliativos?

Os Cuidados Paliativos representam um modelo de atenção à saúde que transcende uma visão meramente clínica ou curativa de tratamentos médicos. Em essência, esta abordagem é centrada no alívio do sofrimento e na melhoria da qualidade de vida de pacientes em estágios avançados de doenças graves ou que se encontram em trajetória de fim de vida. Esse conceito de cuidado advém de uma compreensão holística do ser humano, reconhecendo a importância do bem-estar físico, emocional, social e espiritual.

Para proporcionar um entendimento ainda mais aprofundado, é crucial destacar quatro princípios fundamentais dos Cuidados Paliativos:

  1. Abordagem Multidisciplinar: O tratamento envolve uma equipe diversificada de profissionais, incluindo médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, capelães, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. 
  2. Comunicação Efetiva: Estabelecer uma comunicação clara e empática é essencial para compreender os desejos e expectativas do paciente. Discutindo abertamente planos de cuidado e tratamento, a equipe proporciona um espaço seguro para dialogar sobre preocupações e tomar decisões informadas.
  3. Assistência Contínua: Ao contrário do que muitos podem pensar, os cuidados paliativos podem ser ofertados em conjunto com tratamentos curativos ou terapias destinadas a prolongar a vida. A adaptação desses cuidados se dá conforme a progressão da doença e as necessidades que surgem no decorrer do tempo.
  4. Atenção aos Familiares: Reconhecendo a carga emocional frequentemente compartilhada por aqueles próximos ao paciente, os Cuidados Paliativos também se estendem aos familiares e cuidadores. Eles recebem suporte durante o processo de doença e, igualmente, após o falecimento, através do luto acompanhado.

Atualmente, tem-se bem estabelecido na prática médica que o início da oferta dos cuidados paliativos não deve esperar até que as opções de tratamento curativo para os problemas do paciente sejam inviáveis – pelo contrário, tem-se que a introdução dos cuidados paliativos deve andar em conjunto com o tratamento curativo, tornando-se mais predominante que ela à medida que avança a doença. Observe como o gráfico abaixo, presente no tópico de Cuidados Paliativos em Pneumologia do livro digital de Introdução à Pneumologia do Extensivo do Estratégia MED, sintetiza tal conceito:

No Brasil, a inserção dos Cuidados Paliativos no Sistema Único de Saúde (SUS) tem representado avanços na construção de uma assistência médica mais humanizada e acessível. Com políticas e padrões que agora orientam a prática destes cuidados em diversos níveis de atenção à saúde, os paliativistas desempenham um papel fundamental para garantir que os pacientes tenham sua dignidade preservada e sofrimento minimizado.

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Áreas de atuação em Cuidados Paliativos

Em hospitais, os Cuidados Paliativos desempenham um papel fundamental na abordagem holística do paciente. Profissionais de diversas áreas, como médicos, enfermeiros, assistentes sociais, e psicólogos, juntam forças em prol do bem-estar integral. Nestes ambientes, a gestão da dor e de sintomas debilitantes é prioritária, simultaneamente proporcionando apoio emocional, social e espiritual não só aos pacientes, mas também a seus familiares e cuidadores.

Fora do ambiente hospitalar, a atuação se expande para uma gama variada de ambientes, como clínicas, centros de saúde, lares de idosos e até mesmo em domicílio. O atendimento domiciliar, em particular, permite que o paciente permaneça em um ambiente confortável e familiar, o que pode ser um enorme conforto para muitos durante tempos difíceis.

Na esfera acadêmica e de pesquisa, os paliativistas contribuem para a evolução da medicina, desenvolvendo novas abordagens e terapias para manejar sintomas complexos. A educação continua também é um pilar, visando preparar as novas gerações de profissionais de saúde para lidarem com os dilemas éticos e práticos inerentes a esta área de atuação tão especial.

As áreas de atuação dos Cuidados Paliativos também se entrelaçam com outras especialidades médicas. Por exemplo, em geriatria e doenças crônicas, tais cuidados complementam os tratamentos curativos com uma abordagem que foca na qualidade de vida acima de tudo. Em cenários de enfermidades neurológicas avançadas, como na neurologia, os cuidados paliativos são vitais para o manejo de sintomas como dor, espasticidade e problemas cognitivos.

Residência Médica em Cuidados Paliativos

Para ingressar na residência médica em Cuidados Paliativos, terminada a graduação em Medicina e o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM),  é necessária a conclusão de uma residência em uma especialidade considerada pré-requisito para a residência em Cuidados Paliativos; no Brasil, entre as opções para tal, têm-se Medicina de Família e Comunidade, Anestesiologia, Oncologia Clínica, entre outras.

Concluído tal pré-requisito, os candidatos desejosos de se especializar em Cuidados Paliativos devem passar por um processo seletivo que, frequentemente, inclui uma prova objetiva, análise de currículo e entrevista. 

Rotina da residência

A residência em Cuidados Paliativos tem duração que pode variar conforme a instituição, mas, em geral, possui um período de formação de 2 a 3 anos. Nesse intervalo, o médico residente será exposto a uma série de experiências práticas e teóricas, destinadas a fornecer uma visão abrangente sobre o manejo interdisciplinar da dor, sintomatologia complexa e o apoio psicossocial e espiritual indispensável aos pacientes em cuidados paliativos.

As residências médicas em geral estruturam-se em rodízios (estágios) de algumas semanas (usualmente, de 4 a 6 semanas), durante as quais os residentes concentram-se em atividades específicas .Por meio de estágios em diferentes setores, como enfermarias, ambulatórios, unidades de internação e hospitais-dia, o residente tem a oportunidade de observar e atuar diretamente com um amplo espectro de casos. Esse contato direto é crucial para o desenvolvimento das habilidades necessárias para avaliar e implementar os melhores planos de cuidado individuais para cada paciente.

Durante a residência, são oferecidos cursos e treinamentos complementares que englobam o estudo da ética médica, do alívio da dor, dos sintomas decorrentes de doenças crônicas e da comunicação de notícias difíceis, como também a abordagem frente ao luto da família. O conhecimento adquirido nessas atividades é essencial para a formação de um profissional completo e apto a lidar com os complexos desafios dos Cuidados Paliativos.

Carga horária e aprendizado

A regulamentação dos programas de residência no Brasil estipula uma carga horária de 60 horas semanais. Os programas de residência em cuidados paliativos, diferente do que costuma ocorrer para especialidades cirúrgicas, costumam seguir tal carga, estabelecendo uma jornada dividida entre atividades práticas, assistenciais, e teóricas, com uma programação que abarca atendimentos ambulatoriais, visitas aos leitos hospitalares e atuação em unidades de internação específicas para cuidados paliativos.

Quanto ao aprendizado, além das habilidades clínicas para manejo dos principais sintomas apresentados pelo paciente em situação paliativa, como dor e dispneia, o médico residente de Cuidados Paliativos precisa desenvolver capacidades de comunicação delicada e eficaz para lidar com pacientes e familiares, orientando-os sobre o prognóstico e a tomada de decisões conscientes. Adicionalmente, a residência também promove a pesquisa e o estímulo ao pensamento crítico, incentivando a reflexão sobre ética médica e a busca por evidências científicas que respaldem decisões clínicas. Discussões em grupo, seminários e conferências multidisciplinares são rotina, bem como a análise de casos complexos e a elaboração de planos de cuidado individualizados.

Como ingressar na residência médica em Cuidados Paliativos

Etapas do processo seletivo

Inicialmente, é necessária a conclusão de uma graduação em Medicina e do registro ativo nos Conselhos Regionais ou Federal de Medicina. Em seguida, é necessário que o médico tenha concluído programa de residência em uma especialidade considerada pré-requisito para a residência em Cuidados Paliativos; no Brasil, entre as opções para tal, têm-se Medicina de Família e Comunidade, Anestesiologia, Oncologia Clínica, entre outras., com duração de 2 anos.

Após isso, o acesso à residência em Cuidados Paliativos por meio de processo seletivo, composto por diversas etapas, que podem variar conforme a instituição envolvida. 

Como o processo realizado para o acesso às demais especialidades clínicas, a etapa inicial consiste em uma prova teórica, composta geralmente, por 100 questões de múltipla escolha. Uma vez que se trata de uma subespecialidade da clínica médica, tais questões são, geralmente, referentes à clínica médica, tanto com conceitos sobre clínica geral e manejo de pacientes graves, como sobre as subespecialidades clínicas – tal prova diferente do que ocorre no processo seletivo para especialidades de acesso direto, em que tal prova aborda outras áreas como cirurgia, pediatria, ginecologia e obstetrícia, e medicina preventiva, ademais das questões de clínica médica.

Adicionalmente a tal prova, os processos seletivos costumam avaliar o currículo dos candidatos. Em tal etapa, os candidatos são bonificados por experiências como pesquisas científicas prévias, estágios e participação em congressos. Pode ser realizada também uma entrevista, em que aspectos curriculares são discutidos pelos avaliadores e características subjetivas dos candidatos podem ser avaliadas.

Diferentemente do que ocorre nos processos seletivos para residências de acesso direto, como para Clínica Médica, Cirurgia Geral e Anestesiologia, a, a realização de prova prática é menos comum em processos seletivos para subespecialidades como a de Cuidados Paliativos.

Critérios de avaliação

Para avaliação dos candidatos, os processos seletivos classificam-nos com notas em cada etapa, conforme descrito acima. Após isso, as notas de tais etapas compõem uma nota final, com a qual os candidatos são ordenados para classificação. De acordo com o número de vagas disponibilizadas pela instituição de interesse, os candidatos podem, então, ser aprovados para a residência médica.

Estratégias de Preparação

Para se destacar em um processo altamente competitivo, é recomendável que o candidato invista em uma preparação estratégica, que pode incluir:

  • Participação em cursos preparatórios focados na residência médica;
  • Simulados e análise de exames de seleção anteriores da instituição de interesse para identificação do estilo de questões típico da prova e dos temas mais avaliados por ela;
  • Análise dos editais dos concursos de residência médica de interesse, que permite identificar os aspectos curriculares valorizados por eles; com isso, os candidatos podem apontá-los com clareza em seus currículo, aumentando as chances de receberem melhores pontuações em tal aspecto

Remuneração em Cuidados Paliativos

Entender a remuneração média do médico paliativista e os fatores que a influenciam é crucial para os interessados em ingressar nessa especialidade. Neste tópico, esclarecemos as principais dúvidas sobre a remuneração da especialidade.

Fatores que impactam a remuneração em Cuidados Paliativos

Inicialmente, é crucial destacar que a remuneração pode variar de acordo com uma série de fatores, incluindo a instituição empregadora, se é pública ou privada, a região do país, a carga horária, a experiência do profissional e qualificações adicionais, como cursos e especializações. Além disso, aspectos econômicos gerais e políticas de saúde influenciam diretamente na definição salarial desses profissionais.

Adicionalmente, cuidados paliativos podem ser oferecidos em ambientes diversificados, como hospitais, clínicas especializadas, hospices e até mesmo em atendimento domiciliar. Cada um desses contextos se reflete na remuneração. A atuação em hospitais privados de grande porte, por exemplo, pode assegurar ao médico um salário mais robusto, principalmente se o profissional estiver ligado a programas de cuidados paliativos bem-estruturados.

Outras formas de atuação, como o próprio consultório ou serviços de home care, podem proporcionar remunerações variáveis, muitas vezes atreladas ao número de pacientes e à complexidade dos casos tratados, o que demanda do profissional uma gestão eficiente de sua carreira e serviços prestados.

No Brasil, são escassos os dados a respeito da remuneração média do médico paliativista. Um levantamento feito pela Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), em 2020, apontou um ganho de R$ 105,80 por hora trabalhada pelos paliativistas entrevistados, dos quais 45% responderam estar satisfeitos com tal remuneração. Estipulando uma carga horária de trabalho de 40 horas semanais, tal valor se traduziria em um salário mensal de R$ 16,928. Cabe observar, porém, que tais valores, como apontado acima, apresentam grande variação a depender da região de trabalho e da rotina adotada pelo médico.

Conclusão

Em suma, os Cuidados Paliativos representam uma especialidade médica de inestimável valor à sociedade, visando sobretudo à humanização do atendimento de pacientes em estágios avançados de doenças graves. A formação específica, obtida através da residência médica, prepara o profissional para uma prática integral e interdisciplinar, que abarca não somente a gestão da dor e sintomas, mas também o suporte emocional, social e espiritual do paciente e de seus familiares. Como campo de atuação, esta área oferece uma rotina desafiadora e gratificante, além de uma remuneração que reflete a complexidade e a importância de suas práticas.

A carreira em Cuidados Paliativos, apesar de exigente, é marcada por profundas recompensas humanas e profissionais. Com crescimento e reconhecimento dentro do sistema de saúde brasileiro, sobretudo no SUS, evidencia-se um caminho promissor para aqueles que escolhem especializar-se nesta área vital da medicina. O futuro nesta especialidade se mostra alentador, tanto pelo impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes, quanto pela valorização crescente dos profissionais dedicados a este nobre e essencial serviço.

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