A Medicina de Emergência é uma especialidade médica que está em constante evolução, destacando-se pela sua capacidade de gerir situações de risco imediato à vida. Esta especialidade médica preza pela formação completa e contínua, com uma residência médica com duração de três anos, formando profissionais aptos a trabalhar em ambientes altamente dinâmicos e estressantes, como salas de emergência e unidades de cuidados intensivos.
Neste guia, abordaremos os detalhes sobre essa especialidade, incluindo suas áreas de atuação, rotina durante a formação na residência médica, e remuneração após a formação
O que você vai ler neste artigo
O que é a Medicina de Emergência?
A Medicina de Emergência é uma especialidade médica que se concentra na abordagem e manejo de situações que representam risco imediato à vida. É responsável por atender pacientes em estado crítico e tomar decisões rápidas e precisas para estabilizá-los. Os médicos especialistas nessa área são treinados para lidar com uma ampla gama de condições médicas e traumas graves.
A especialidade de Medicina de Emergência tem uma formação de 3 anos, seguindo as diretrizes do CNRM (Comissão Nacional de Residência Médica). Durante o programa de residência, os médicos passam por treinamentos práticos e teóricos para adquirir as habilidades necessárias para atuar nesse campo.
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Os médicos emergencistas atuam em hospitais, prontos-socorros e unidades de atendimento de urgência, lidando com casos que demandam intervenção rápida e eficaz para garantir a estabilização e o tratamento dos pacientes.
Abaixo, destacamos algumas das principais áreas em que esses profissionais podem se dedicar:
- Atendimento pré-hospitalar: Os médicos de Medicina de Emergência podem atuar em serviços de atendimento pré-hospitalar, como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e equipes de resgate. Nesse contexto, eles trabalham no atendimento de emergências fora do ambiente hospitalar, como acidentes de trânsito, eventos esportivos e desastres naturais.
- Emergência hospitalar: Essa é a área mais conhecida e tradicional da Medicina de Emergência, onde os médicos atuam no atendimento de pacientes que chegam aos prontos-socorros e urgências dos hospitais. Eles são responsáveis por realizar o primeiro atendimento, identificar as condições de risco de vida e iniciar os procedimentos necessários para estabilização e encaminhamento adequado. A depender da estrutura dos hospitais, o atendimento de urgência e emergência pode ser dividido também em médicos responsáveis pelo tratamento de emergências pediátricas, emergências obstétricas
- Unidades de Terapia Intensiva (UTIs):: De modo geral, os programas de residência em Medicina de Emergência incluem também rotações em UTIs, que possibilitam aos médicos uma formação adequada para o trabalho em tal cenário.
- Gestão hospitalar: A especialização em Medicina de Emergência é uma das mais recentes da medicina em geral e, sobretudo, no Brasil. Assim, trata-se de uma especialidade que ainda está se consolidando no país, e cujas áreas de atuação estão em mudança. Nesse cenário, destaca-se a atuação de tais profissionais na área de gestão hospitalar e coordenação do cuidado requerido pelo paciente grave no hospital.
Residência médica em Medicina de Emergência
Para se tornar um especialista em Medicina de Emergência, é necessário realizar a Residência Médica na área, que tem duração de 3 anos. A residência possibilita que os médicos residentes têm a oportunidade de atuar em hospitais vinculados aos programas de residência médica, onde realizam atendimentos de urgência e emergência, participam de procedimentos invasivos e aprendem a gerenciar situações críticas com eficiência; assim, trata-se de uma etapa essencial na formação do médico, pois proporciona a oportunidade de aprimorar os conhecimentos adquiridos na graduação, bem como adquirir experiência prática e desenvolver habilidades específicas.
Rotina da residência em Medicina de Emergência
Como ocorre nas residências em geral, a residência é dividida em rodízios de algumas semanas (usualmente, de 4 a 6 semanas), durante os quais os residentes concentram-se em atividades específicas. Exemplos típicos de rodízios presentes nas residências de medicina intensiva são:
- Rodízios de pronto-socorro, mais voltados à atuação sobre patologias clínicas mais comuns nos cenários de urgência e emergência, em que os residentes. Tais estágios constituem o cerne da formação em Medicina de Emergência e compõem a maior parte dos meses de residência. A depender de cada programa, os estágios podem ser divididos em pronto-socorro das diversas áreas médicas (clínica médica, cirurgia geral, pediatria, ginecologia e obstetrícia)
- Rodízios em unidades de terapia intensiva (UTIs) gerais e de subespecialidades, durante os quais os residentes se tornam tornar responsáveis pelo cuidado aos pacientes internados nas unidades de terapia intensiva diversas. T
- Rodízios adicionais: ademais dos estágios em pronto-socorro e em UTIs diversas, as residências podem ter estágios em locais adicionais a depender de cada programa. Em geral, na residência em Medicina de Emergência há um pequeno número de rodízios de enfermaria, presentes usualmente apenas no primeiro ano, e não há rodízios de ambulatório. Pode haver, também, rodízios em cenário de anestesiologia, voltados à realização de procedimentos invasivos em centro cirúrgico.
A grade programática varia entre os diversos programas de residência. De modo geral, porém, todos os programas visam a permitir que os médicos aprendam, na teoria e na prática, o manejo das principais urgências e emergências clínicas nos cenários de pronto-socorro e UTI,e da coordenação inicial do cuidado dos pacientes graves.
Responsabilidades do médico emergencista
Durante a residência em Medicina de Emergência, os médicos são orientados a desenvolver habilidades de liderança, trabalho em equipe e tomada de decisão rápida e precisa. Eles devem ser capazes de realizar procedimentos invasivos, como intubação traqueal, acesso venoso profundo e drenagem de tórax.
Além disso, os médicos de emergência têm a responsabilidade de garantir a estabilidade dos pacientes, controlar a dor, promover o suporte vital e prevenir complicações. Eles devem estar preparados para lidar com situações de alta complexidade e estresse, mantendo a calma e agindo de forma ética e humanizada.
Soma-se a isso o papel fundamental de tais médicos na comunicação com os familiares dos pacientes, fornecendo informações sobre o estado de saúde e esclarecendo dúvidas, e na interação com outros membros da equipe multidisciplinar, como enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos, necessária sobretudo nos estágios em UTIs.
Como ingressar na residência médica em Medicina de Emergência
A residência médica em Medicina de Emergência é uma especialização que exige uma formação sólida e habilidades específicas para lidar com situações de risco imediato à vida. Para ingressar nessa área, é necessário passar por um processo de seleção que avalia o conhecimento, habilidades e aptidões dos candidatos.
Processo de seleção
O processo seletivo para a residência médica em Medicina de Emergência, como para as demais áreas de acesso direto, geralmente envolve a realização de uma prova teórica e de uma fase prática.
A prova teórica avalia os conhecimentos gerais do candidato em cinco áreas: clínica médica, pediatria, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, e medicina preventiva. Tal prova é constituída, geralmente, por 80 a 100 questões de múltipla-escolha, divididas igualmente entre tais áreas, mas pode incluir também questões dissertativas, a depender do processo seletivo – a Unicamp, por exemplo, prioriza a realização de questões dissertativas de resposta curta em tal etapa.
A seguir, muitos processos seletivos, como do Hospital Israelita Albert Einstein e o da USP-RP, incluem uma prova prática, constituída por estações que simulam situações clínicas nas quais são avaliadas habilidades práticas dos candidatos, como realização de anamnese, exame físico, procedimentos básicos e tomada de decisões.
Por fim, é comum que os processos seletivos adicionem uma etapa de avaliação curricular, em que o histórico escolar dos candidatos e experiências prévias como pesquisa científica e realização de estágios são avaliados; pode haver também uma etapa de entrevista, em que os currículos são analisados e aspectos subjetivos dos candidatos são discutidos pelos avaliadores.
Ao término do processo seletivo, as notas das três etapas compõem uma média final, com a qual os candidatos são classificados e, de acordo com o número de vagas disponibilizado, podem ingressar na residência.
Como se preparar para o processo seletivo para a residência médica em Medicina de Emergência
A preparação para o processo seletivo para a residência nas especialidades de acesso direto de modo geral exige que os candidatos conheçam as etapas avaliativas de sua instituição de interesse e se dediquem a elas.
O preparo para tal a prova teórica constitui o fator determinante para a aprovação da maioria dos candidatos, visto que ela constitui a maior parcela da média final para classificação; como recursos para tal preparo, os candidatos costumam se valer de materiais diversos, como:
- Bancos de questões comentadas: a utilização de bancos de questões permite aos candidatos estudar os temas abordados pelas provas com questões comentadas, um dos meios comprovadamente mais eficazes para o aprendizado.
Entre os bancos de questões utilizados pelos candidatos, o banco do Estratégia MED destaca-se por ter mais de 90.000 questões, em grande parte já comentadas com comentários detalhados em vídeo e em texto, feitos por professores especialistas no tema, e pela grande capacidade de filtrar as questões no estudo.
P.e.x, observe como o banco permite filtrar, em detalhes, apenas as questões já avaliadas sobre um subtema dentro do tema “Anafilaxia” e, a seguir, acessar as questões desejadas, com comentários em texto e em vídeo.
- Provas anteriores: ademais do estudo por questões individuais, é essencial que os candidatos se habituem a realizar provas de residência anteriores na íntegra, para que se habituem ao estilo da instituição de interesse e ao cansaço que pode surgir ao realizar provas inteiras.
- Vídeo-aulas e Livros digitais: assistir vídeo-aulas e ler textos sobre os temas constitui em métodos de exposição inicial aos temas estudados muito utilizados pelos candidatos.
- Flashcards: o estudo com flashcards auxilia os candidatos a memorizar, por meio da repetição espaçada, os principais conceitos avaliados pelas provas.
Os candidatos costumam se valer de cursinhos preparatórios para o acesso a tais materiais para o preparo para os processos seletivos. O Extensivo do Estratégia MED destaca-se, nesse sentido, pela diversidade de tipos de materiais de estudo que oferece e pela facilidade com que são acessados. Assim, o aluno pode adequar seu estudo aos métodos que lhe permitem melhor absorver o conteúdo, seja por vídeos, livros, resumos, revisão de slides, mapas mentais ou flashcards:
A preparação para a prova prática, necessária para os processos seletivos que a incluem, pode envolver o estudo de estações práticas previamente cobradas pela instituição de interesse e por outras instituições – as provas práticas de residência médica são geralmente compostas por estações que simulam atendimentos clínicos, com duração de 5 a 10 minutos, nos quais habilidades dos candidatos em realização de anamnese, exame físico e de procedimentos são avaliadas.
O Estratégia MED contém um curso específico de preparação para a prova prática, com vídeos sobre a estrutura geral das provas práticas para residência médica e sobre múltiplas estações, cobradas ou não por provas anteriores; o estudo por vídeos e checklists de estações permite que os candidatos se habituem com o modo como as provas realizam estações práticas e quais aspectos são valorizados pelos avaliadores.
Para a etapa de avaliação curricular, é essencial que os candidatos analisem os aspectos curriculares valorizados pelo processo seletivo, indicados em seu edital, e incluam-nos com clareza, e com as respectivas comprovações, em seus currículos; entre os aspectos mais comumente valorizados nos editais, têm-se o histórico acadêmico, estágios extracurriculares, participação em ligas acadêmicas, trabalhos científicos, etc.
Por fim, é frequente que os processos incluam uma etapa de entrevista, em que os tópicos descritos no currículo dos candidatos podem ser destrinchados, e as características subjetivas dos candidatos são analisadas pelos avaliadores. Para o preparo a tal etapa, é necessário que os candidatos saibam descrever com clareza as principais atividades que tenham relatado em seus currículos, e possam responder a perguntas subjetivas sobre sua formação e sobre os motivos de seu interesse pela especialidade e pela instituição desejada.
Remuneração em Medicina de Emergência
A remuneração é um fator essencial a ser considerado pelos profissionais que desejam atuar na área da Medicina de Emergência. Afinal, o salário médio e as referências salariais podem influenciar na escolha da especialidade e na tomada de decisão dos médicos.
Salário médio em Medicina de Emergência
O salário médio do médico emergencista é altamente variável, pois depende da preferência de cenário de trabalho do médico e de sua carga horária de trabalho, o que se reflete na grande variabilidade dos dados disponíveis, que indicam que o médico emergencista no início de sua atuação pode receber entre R$8.000,00 e R$20.000,00 mensais.
De modo geral, os médicos emergencistas atuam em quatro cenários principais:
- Atendimento pré-hospitalar: Em tal cenário, que tem como exemplos o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e as equipes de resgate, os médicos atuam usualmente em regime de concurso, com remuneração média de R$100,00-120,00 por carga horária de trabalho.
- Emergência hospitalar: O trabalho em emergência hospitalar se dá sobretudo em dois locais: em pronto-socorro, no atendimento a pacientes em sala vermelha e salas de estabilização clínica; e em plantões de time de resposta rápida, responsável pelo cuidado de intercorrências de pacientes internados em um hospital. Em ambos os casos, a remuneração se dá em regime de plantão.
- Unidades de Terapia Intensiva (UTIs): De modo geral, a remuneração para os médicos atuantes em UTIs depende da quantidade de plantões realizados; a remuneração varia de acordo com o grau de complexidade da UTI, do cenário público ou privado e da região de atuação. P.ex., em regiões do interior de São Paulo, é frequente a remuneração de média de R$100,00-120,00 por carga horária de trabalho em UTI, enquanto na capital do estado o valor por hora trabalhada R$150,00-180,00
- Gestão hospitalar: À medida que avançam em suas carreiras, os emergencistas têm mais oportunidades de atuar em funções de maior responsabilidade e, paralelamente, remuneração, como na gestão hospitalar, haja vista sua especialização no manejo e coordenação iniciais do cuidado do paciente grave.
Conclusão
A Medicina de Emergência é uma especialidade abrangente e cheia de desafios, tanto durante a residência médica quanto na área de atuação, voltada ao manejo de situações de risco iminente à vida. Durante a formação, a experiência em ambientes dinâmicos como a emergência e a UTI, mesmo que intensa, constrói uma base sólida para o profissional.
Os programas de residência em tal área estão entre os mais recentes da medicina em geral e, sobretudo, no Brasil. Assim, trata-se de uma especialidade que ainda está se consolidando no país, e cujas áreas de atuação estão em constante mudança. A expansão das vagas de residência, de maneira semelhante ao contínuo reconhecimento da especialidade, mostra o frutífero campo de trabalho aos profissionais de Medicina de Emergência. Esperamos que este guia possa esclarecer suas principais dúvidas sobre as áreas de atuação, a formação e a remuneração dos especialistas nessa área!
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